Ray Caesar

Reúna tudo que vocês sabem sobre o rococó. Agora façam o mesmo com o surrealismo. Para finalizar, tentem lembrar alguma coisa sobre arte digital. Complicado? Não para Ray Caesar. Em seu mundo, delicadas e enigmáticas figuras femininas surgem em cenários luxuosos e românticos, vestindo roupas belas e suntuosas, mas que escondem, por debaixo, uma infinidade de estranhos tentáculos.
Ao misturar a graciosidade hedônica do rococó com toda a natureza sexualizada do surrealismo, Caesar nos oferece um mundo no qual a inocência da infância parece se romper em um mundo de fetiches, aberrações e fantasias rebuscadas. Como referências, Caesar cita Salvador Dali, Antoine Watteau e Mathew Barney.

Ele nasceu em 1958, em Londres. Mas mudou-se com a família para Toronto, no Canadá em 67. Costumava desenhar desde pequeno quaisquer coisas que visse pela frente e mais tarde decidiu cursar arquitetura. No entanto, pouco tempo depois, Caesar trabalhou no departamento de fotografia da ala infantil de um hospital, e essa experiência iria influenciar toda sua obra posteriormente. Lá, o artista conta ter testemunhado e fotografado inúmeros casos de abuso sexual infantil, reconstruções cirúrgicas, testes em animais e uma infinidade de outras aberrações que podem ocorrer (e certamente ocorrem) em muitos hospitais. Após este episódio decisivo em sua vida, Caesar passou a trabalhar com computação gráfica para filmes.
O artista somente decidiu expor suas obras aos 45 anos de idade, após ter supostamente visto o fantasma de sua mãe. Sobre o estranho episódio, encontramos em sua página oficial, o seguinte trecho:

"As coisas mudam e os anos de verão chegam ao fim . A minha mudança ocorreu uma noite, quando minha mãe me visitou. O que foi um pouco incomum porque ela havia falecido alguns meses antes , vítima do hábito do cigarro, que ela nunca conseguiu deixar de lamber. De frente para uma parede e girando lentamente eu vi o lado direito de seu rosto em chamas na luz, com a mão tentando encobrir a luz como se pedisse desculpas por ter atravessado. Ela me falou sobre coelhos e tocas, e me foi mostrando galerias de trabalho que deveriam ser as minhas próprias. Minha mãe não foi a primeira visita que tive e parece que ela não será a última." 

Sua produção é inteiramente digital. O artista primeiramente modela os cenários e as figuras em 3D utilizando diversos softwares para depois texturizá-las a partir de fotos que ele mesmo produz. Por fim as ilustrações são impressas em papel e emolduradas. Tornando-se belíssimos quadros.

"Eu moro em uma casa de alvenaria com minha maravilhosa esposa Jane e um coiote chamado Bonnie. Eu gosto de comer abacate e eu realmente não me importo de ser um cão."
Ray Caesar

Fontes: RayCaesar.com




Obras


"Haly Lou" - 2007
"Sleeping by Day" - 2004
"Bride" - 2004
"Ebb Tide" - 2007
"Castor" - 2005
"Pollux" - 2005
"Incognito" - 2005
"French Kiss" - 2009
"Impromptu" - 2010
"Eris" - 2010
"L'Acorde d'amour" -  2005
"Keeping Time" - 2010
"Precious" -  2006
"Harvest" - 2008
"Consort" - 2006
"Santa Maria" - 2007
"Madre" - 2006
"Wallflowers" - 2007


"The Burden of her Memories" - 2004
"Silent Partner" - 2009
"Black Bird" - 2004
"Dark Angel" (estudo) - 2008
"Calamity" - 2010
"Tattle Tail" - 2005


Videos

Confira abaixo um pouco da exposição de Ray Caesar realizada em 2010 na Richard Goodall Gallery.


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Links

E você, o que achou da releitura rococó-surrealista de Ray Caesar? Se gostou, acesse sua página oficial. Lá você vai encontrar toda a produção do artista desde de 2003.

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